Recentemente, um incêndio ocorrido em Edifício localizado na rua Humberto de Campos, no Leblon, destruiu totalmente três apartamentos. Por sorte, não houve vítimas fatais. Ter que abandonar correndo sua casa para chegar em um lugar seguro, ao mesmo tempo em que se preocupa com seu apartamento e tudo que levou anos para ter, com certeza é uma experiência que ninguém deseja. Mas o que fazer para minimizar os riscos de que algo assim aconteça em seu condomínio? E como agir em uma situação deste tipo? Para responder a estas perguntas conversamos com o Subtenente do Corpo de Bombeiros Alexsander Santos dos Passos, que está na corporação há 33 anos e possui larga experiência em combate e prevenção a incêndios. Quais são as principais causas de incêndios em apartamentos? A primeira grande causa é a sobrecarga na rede elétrica dos apartamentos. Lembre-se que no passado tínhamos em uma sala apenas 2 ou 3 equipamentos ligados à rede elétrica (ex. uma televisão e um aparelho de som). Hoje temos televisão, aparelho de wifi, aparelho de TV a cabo, televisão, aparelho de som, notebooks, carregadores de smartphone, e ar-condicionado usado principalmente agora nesta época que começa a fazer muito calor. Temos que notar que em muitos casos a quantidade de equipamentos aumentou substancialmente, mas não foi feita a correta adaptação da rede elétrica para que suporte o aumento do consumo. Outro ponto a ser notado é que não é incomum pessoas que alugam ou compram um novo imóvel não fazerem uma avaliação detalhada da parte elétrica, logo não sabem o que esta pode suportar. A segunda grande causa são panelas deixadas no fogão aceso e esquecidas por quem está cozinhando. Se uma pessoa pegar no sono e uma panela com comida começar a pegar fogo, um incêndio pode começar facilmente. E se houver muita fumaça, o déficit de oxigênio causado pela fumaça pode dificultar que esta pessoa acorde. O que pode ser feito para evitar estes incêndios? É importantíssimo fazer uma vistoria na parte elétrica dos apartamentos, analisando não só o quadro de força como também cada ponto de tomada para ver se suportam os tipos de equipamentos elétricos instalados. Deve ser ter atenção especial para equipamentos que transformam energia em calor ou resfriamento, como ar-condicionado, micro-ondas, secadores de cabelo, torradeiras etc., pois seu consumo é maior e necessitam de tomadas com maior amperagem do que as tradicionais. Também é importante verificar se os disjuntores, que são aparelhos no quadro de energia que desarmam no caso de uma sobrecarga, estão corretamente dimensionados. Nunca troque disjuntores por aqueles que suportam mais carga sem saber se a tomada em que o aparelho é ligado e o fio que conduz energia até o disjuntor (dentro da parede) aceitam um consumo maior também, pois caso contrário podem aquecer e pegar fogo. Evite também o uso de adaptadores de plástico para tomadas que convertem 2 pinos em 3 ou vice-versa, e aqueles em T, para colocar mais equipamentos em uma mesma tomada, ainda mais se comprados em vendedores ambulantes. O risco de superaquecer e começar um incêndio não é pequeno. Também evite colocar uma panela no fogo e ir fazer outra atividade que tome sua atenção ou mesmo ir se deitar, pois o risco de esquecer da panela ou dormir é grande. Uma dica é colocar o alarme do seu smartphone com o tempo necessário para o preparo do que está sendo feito na panela. E sempre deixe uma janela aberta para que no caso da panela pegar foto, parte da fumaça produzida saia do apartamento. Deixo também duas sugestões adicionais: nunca deixe fósforos e isqueiros perto de crianças, e nunca se deite em um sofá com um cigarro aceso na sua mão. Como o condomínio pode proceder no caso de incêndios residenciais? Antes de tudo é importante que todos os extintores e qualquer outro equipamento de combate a incêndios estejam sempre vistoriados e aptos a serem utilizados, sendo também importante que moradores e funcionários de condomínios saibam suas localizações. É também fundamental que os funcionários do condomínio e se possível os moradores estejam treinados para utilizar estes equipamentos, bem como saber o que fazer no caso de um incêndio. Por exemplo, é importante ligar para o corpo de bombeiros imediatamente (discando 193) e saber analisar rapidamente se é possível tentar apagar o fogo. Estar devidamente treinado ajuda não só a apagar um princípio de incêndio, como também avaliar quando é fundamental desistir e deixar o local, sempre sabendo onde está e qual é a rota de fuga livre e desimpedida para a rua. E se não for possível sair do edifício durante um incêndio? Tente manter a calma e informar por telefone para parentes, amigos e moradores onde você está e se você ou outra pessoa que está contigo tem problemas de saúde e dificuldade de locomoção. Peça para quem você ligou passar estas informações para o pessoal do corpo de bombeiros que está no local. Use um pano molhado sobre o nariz e a boca, pois fará com que você inale menos fumaça. Se o ambiente estiver com fumaça, deite-se ou fique próximo ao chão, pois a fumaça tenderá a subir e ser maior mais perto de onde sua boca ficaria se você estivesse em pé. Achou este post útil? Compartilhe esse conteúdo com amigos e familiares, pois pode ajudar muito em um momento tão delicado como o abordado aqui. E fique atento, pois em breve publicaremos um outro post falando sobre os seguros para condomínios e apartamentos, explicando de forma clara o que cada um cobre. OBS: A Acir Administradora agradece ao Subtenente do Corpo de Bombeiros Alexsander Santos dos Passos a gentileza de nos conceder esta entrevista e compartilhar seus conhecimentos. Fonte: Acir Administradora.