Um condomínio é um espaço de convivência, por mais que seja o sonho de alguns, raramente (ou provavelmente nunca) ele é composto somente por pessoas da mesma faixa etária, com os mesmos interesses e mesmos hábitos. Ele é naturalmente diversificado e tanto condomínio quanto condôminos precisam respeitar as diferenças. Na maioria dos casos esse respeito se dá por meio de regras. Sobre os jovens nesse espaço, é possível criar regras específicas para eles?
Possível é, porém tudo deve ser bem acordado em assembléia e descrito no regimento interno. Mas, mais do que regras, o importante é o entendimento. Principalmente o entendimento de que o jovem quer e precisa de seu espaço no condomínio. Em contrapartida, o jovem deve entender que precisa respeitar os espaços e regras estabelecidas.
Em relação a esses espaços para os jovens, novos condomínios largam na frente. Boa parte deles já nasce com salão de jogos, e área de convivência com temática direcionada para esse público. Nos condomínios que não possuem esses locais, cabe à administração usar a criatividade. Dá para transformar salas ociosas em salas de cinema, de jogos ou mesmo em um lounge com sofás confortáveis e alguma decoração que ambiente melhor os jovens ali.
O diálogo é imprescindível
Inclusive antes de criar esses espaços, para que os pedidos dos jovens sejam atendidos. Além disso, após a criação, o gestor precisa ser responsável pela fiscalização do bom uso (incluindo horários, atividades permitidas, etc…). O fato de existir o local não deve significar abrir mão do controle.
Para não abrir mão do controle vale estipular, além das regras, as punições para o caso de elas serem desobedecidas (ambas devem ser estabelecidas em assembléia) . O indicado é que antes de qualquer multa ou advertência, o responsável pelo jovem seja informado. Caso esse responsável esteja de acordo, uma dica é aplicar uma espécie de pena alternativa. Vale qualquer tipo de serviço voluntário, como separação de cartas, ou o emprego de alguma habilidade que a pessoa tenha em algo que beneficie o condomínio – sempre de forma consensual – e ainda traga uma lição valiosa. Não custa ressaltar que rigidez em excesso não é certeza de bons resultados.
Outro ponto a ser ressaltado: o diálogo. Naturalmente os jovens querem ser ouvidos e é importante que a administração esteja atenta para atender as demandas, que vão desde mudanças de horários até sugestão de compras para o condomínio. Se essas demandas forem viáveis, merecem ser estudadas.
Dica bônus
Para facilitar o diálogo e a implementação de regras, vale tentar eleger um representante para o grupo de jovens. Ele atuaria como um representante de turma e poderia ter acesso direto ao síndico ou à administração. Esse contato diminuiria a distância entre os jovens e as decisões tomadas no condomínio.